sexta-feira, 22 de julho de 2011

Como avaliar o aprendizado dos alunos das escolas estaduais?


Nos próximos dias, educadores de toda a rede vão debater o assunto e formular propostas
Professores, coordenadores pedagógicos e gestores de escolas públicas estaduais estão às voltas com um debate importante e que pode resultar em grandes avanços no ensino que é oferecido pela rede e na aprendizagem dos alunos: a avaliação formativa. Será que os critérios utilizados atualmente para verificar a aprendizagem dos alunos são os melhores? Os aspectos sócio-afetivos devem resultar em nota para o aluno? Como fazer da avaliação um instrumento que estimule e auxilie o estudante a aprender mais?

Esses questionamentos estarão em pauta a partir deste início de agosto nos encontros de educadores nas subsecretarias regionais de educação. O Núcleo de Orientação Pedagógica da Secretaria de Estado da Educação, que coordena esse processo, quer receber propostas de todas as regionais e formatar um plano final de avaliação formativa para toda a rede, respeitando as especificidades de cada região. O assunto foi tratado na tarde da última quinta-feira durante reunião comandada pelo núcleo com os coordenadores pedagógicos das 38 subsecretarias. 

O principal objetivo, de acordo com os técnicos do Núcleo de Orientação Pedagógica, é instituir uma avaliação que seja contínua, reflexiva e dinâmica nas escolas estaduais, de forma a permitir que o aluno tenha oportunidade de aprender e ser avaliado de diferentes maneiras e, ainda, recuperar conteúdos e não apenas notas. Embora esse modelo de avaliação aliada à recuperação seja contemplado nos projetos político-pedagógicos das escolas, na prática, nem sempre isso acontece. 

Quando se avalia continuamente uma dificuldade do aluno em aprender ou do professor em ensinar, por exemplo, esta pode ser detectada imediatamente após a exposição de um conteúdo. Isso facilita recuperar o que o aluno não aprendeu sem maiores prejuízos para o seu aprendizado, o que é mais difícil em encerramento de bimestre. 

No seu caráter reflexivo, a avaliação formativa levará o professor a avaliar a si mesmo, a forma como ensina e os meios que utiliza para avaliar se o estudante aprendeu, para daí modificar e melhorar sua prática em sala de aula. 

Uma avaliação dinâmica leva em conta que cada pessoa aprende de um jeito - uns gostam mais de conteúdos expositivos, outros de pesquisas, outros de seminários e assim por diante. Da mesma forma, as avaliações devem possibilitar ao aluno manifestar o que aprendeu de diferentes formas, sem perder de vista a aprendizagem dos conteúdos. 

E os critérios de assiduidade, interesse, participação nas aulas e outros, de caráter sócio-cultural e afetivo, devem ser passíveis de avaliação? Alguns professores entendem que esses aspectos devem ser observados, mas, não resultar em notas. Outros acham que dar vistos em cadernos, considerar o comportamento do aluno para melhorar ou não a pontuação, entre outros pontos, serve para manter disciplina no decorrer do processo de ensino e aprendizagem. Mas, será que o professor precisa mesmo desses recursos? 

Debates iniciais com educadores de escolas da capital apontam para a necessidade de se ampliar os mecanismos de avaliação continuada nas escolas. Que os professores adotem várias maneiras de avaliar o aluno durante o ensino e que coloquem os resultados obtidos pelos estudantes numa planilha que pode ser modelo para todas as escolas. Cada avaliação, seja por trabalho em grupo, trabalho individual, seminário, prova oral, prova escrita e outras, teria valor 10,0 - os quais somados e ponderados gerariam uma média. 

De acordo com os técnicos do Núcleo de Orientação Pedagógica, é importante que todos os educadores da rede participem desta ampla discussão e contribua para enriquecer o debate, pois, assim, as escolas estaduais terão, seguramente, critérios e metodologias de avaliação formativa de qualidade e realmente exequíveis. Como deve ser, também, o aprendizado dos 600 mil alunos da rede estadual.

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